Mesmo que você não seja da área de TI, conhecer a tecnologia com a qual o site e/ou app será desenvolvido vai, com certeza, evitar retrabalho, frustrações e… poupar dinheiro. A questão não é você estudar em profundidade o funcionamento da solução, mas verificar se ela atende o que você planejou para o projeto.

Por exemplo, e se… a solução não for compatível com as boas práticas de SEO ou não aceitar determinados formatos de conteúdos? Ou ainda, exigir conhecimento técnico para trocar um simples texto?

Todas essas situações acima aconteceram recentemente em projetos em que nos envolvemos.

Na VitaminaWeb, participamos da concorrência para a construção de um site bem complexo. Um dos requisitos que recebemos no briefing era a utilização de uma determinada tecnologia para o desenvolvimento. Todos os demais participantes apresentaram na tecnologia solicitada, menos nós. Elaboramos a proposta com a tecnologia que julgamos adequada aos objetivos do projeto e, ainda, encaminhamos junto um laudo sobre o porquê não usar a que estava no briefing. Simplesmente, ela não era aderente às boas práticas de SEO.

É uma excelente tecnologia. Nós a usamos, mas para outras finalidades. Em um projeto em que o SEO será crítico para o sucesso do negócio, imaginem o impacto, após tudo pronto, descobrir isso.

Apesar de ruídos na elaboração do briefing, o importante é que houve tempo de corrigir o rumo e começar da forma correta.

Muito diferente, por exemplo, de duas situações que vivemos com a Conteúdo Online.

Na primeira, fomos contratados para reformular todo o conteúdo do site de uma empresa da área da saúde, desde planejamento, personas, jornada do paciente, conteúdos estáticos, blog posts e redes sociais.

Em determinado momento, o cliente nos pediu também para incluir a gestão dos conteúdos no escopo de trabalho. Pedimos, então, para acessar o admin para checar o esforço necessário. Acredite, já vimos backends de sites em que, para publicar uma simples imagem, levava uns 10 minutos e 15 cliques.

Nossa surpresa foi que o site havia sido construído com uma solução proprietária. Era um gerenciador de conteúdo construído por uma empresa, em vez de, por exemplo, ser um WordPress. Ficou pior… a empresa que havia construído o site também criava o conteúdo que não estava agradando o nosso cliente. E, quando foi comunicada de que não continuaria com isso, disse que não tinha interesse em continuar com o site, já que ele tinha sido uma espécie de bonificação. Na verdade, ela ganhava com mídia e conteúdo.

Olhamos a proposta da empresa quando da contratação. Estava perfeita. Muito detalhada. Deixava muito claro que a solução era deles e que, caso o cliente desistisse do contrato, o serviço não continuaria disponível.

O erro foi que, quem lidou com a contratação na época, não entendia de tecnologia. Resultado: além do conteúdo, também tivemos que refazer o site inteiro, catapultando o valor inicial previsto para o projeto.

E, para finalizar as situações em que não conhecer a tecnologia pode cobrar um preço bem alto, houve um projeto, para uma empresa global do mercado financeiro, em que criamos um volume enorme de conteúdos em diversos formatos. A publicação era feita pelo time global. Tudo pronto, aprovado, bonitinho… enviado para a publicação e… recusado.

A plataforma do site deles na época, bem rudimentar, para ser sincero, não suportava boa parte dos conteúdos. Era uma solução criada internamente pelo time de TI. Apesar de já terem identificado que não atendia às necessidades, mesmo as mais básicas, não havia nenhuma previsão de substituição.

Neste caso, houve dois erros. O primeiro, a falta de alinhamento entre os times internos. Durante o processo, perguntamos várias vezes sobre questões de tecnologia, porém, sempre respondiam que não entendiam nada disso. Pedimos, inclusive, para acessar o admin, mas haveria a necessidade de passarmos por um processo de verificação, aprovação, estabelecer VPN, etc… o que nos disseram poderia levar até um ano.

Resultado: nada do conteúdo foi aproveitado.

Portanto, com base em alguns fatos reais que aconteceram conosco, tanto na VitaminaWeb quanto na Conteúdo Online, listamos abaixo o preço e a consequência de escolher a tecnologia errada ao criar um site ou app.

Impacto nos Custos de Desenvolvimento

A escolha errada de tecnologia pode inflar significativamente os custos de desenvolvimento. Ferramentas e plataformas não compatíveis ou inadequadas para o projeto podem exigir customizações extensivas, prolongando o tempo de desenvolvimento e aumentando a necessidade de mão de obra especializada. Além disso, pode ser necessário adquirir licenças adicionais ou ferramentas complementares para compensar as limitações da tecnologia escolhida, gerando gastos imprevistos.

Custos de Manutenção

Uma tecnologia inadequada não só eleva os custos iniciais, mas também aumenta os gastos com manutenção. Correções constantes de bugs, atualizações de segurança e adaptações para novos requisitos podem se tornar um fardo financeiro contínuo. A longo prazo, esses custos de manutenção podem ultrapassar o orçamento inicial previsto para o projeto.

Desempenho e Escalabilidade

O desempenho de um site ou aplicativo é fundamental para a satisfação do usuário. Tecnologias ineficientes podem resultar em tempos de carregamento lentos, falhas frequentes e uma experiência geral insatisfatória. Isso não só afeta a retenção de usuários, mas também pode prejudicar a reputação da empresa. Além disso, se a tecnologia escolhida não for escalável, a empresa enfrentará dificuldades para expandir seu produto conforme a base de usuários cresce, limitando o potencial de crescimento do negócio.

SEO e Experiência do Usuário

Um desempenho fraco também impacta negativamente o SEO (Search Engine Optimization). Motores de busca, como o Google, penalizam sites lentos e não responsivos, resultando em uma menor visibilidade nos resultados de busca. Isso reduz o tráfego orgânico, aumentando a dependência de campanhas pagas para atrair visitantes.

Integração e Compatibilidade

A integração com outras ferramentas e sistemas é um aspecto crucial para a funcionalidade de um site ou app. Tecnologias incompatíveis podem dificultar essa integração, limitando as capacidades do produto. Por exemplo, uma plataforma de e-commerce que não se integra bem com sistemas de pagamento populares pode afastar clientes e reduzir as vendas.

Segurança

A segurança é um dos fatores mais críticos ao escolher uma tecnologia. Soluções inadequadas podem ter vulnerabilidades que expõem dados sensíveis a ataques cibernéticos. Uma violação de segurança pode resultar em perdas financeiras diretas, além de danos à reputação e perda de confiança dos clientes.

Flexibilidade e Adaptabilidade

Em um mercado dinâmico, a capacidade de adaptar-se rapidamente às mudanças é vital. Tecnologias obsoletas ou inflexíveis limitam a capacidade de inovar e responder às demandas do mercado. Isso pode deixar a empresa atrás da concorrência, que pode estar utilizando tecnologias mais modernas e ágeis.